quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Toka da Nascente, um Projeto de responsabilidade socioambiental

Lucivaldo Vasconcelos Barros, Doutor em Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Brasília (UnB). É Formado em Biblioteconomia (UfPa), Direito (Unama), Professor no curso de Arquivologia e Biblioteconomia na UFPA, fala sobre questões de conscientização ambiental e projetos de 
sustentabilidade.

Junto com sua família criou um projeto ambiental em Tracuateua. Trata-se de um sítio familiar de uso sustentável e que vem dando muito certo.

O sítio foi adquirido em Fevereiro de 2010 e encontra-se dentro de 1,2 hectares de uma exuberante paisagem natural. O nome do Sítio se deu por meio de votação. “Toka” é em relação ao local, pois a região onde se encontra fica em meio de matas fechadas e igarapés e o termo “Nascente” foi motivado em razão de o Sítio possuir uma bela e límpida nascente, que se bem cuidada, será usufruto da presente e da futura geração.




Como surgiu o Projeto e quem são seus idealizadores?
Para responder em poucas linhas diria que o projeto surgiu sob dois desígnios: a) primeiramente para termos um lugar aprazível para apreciar e aproveitar as belezas da natureza e relaxar para podermos enfrentar a correria e o modo desenfreado da nossa vida urbana; b) segundo, como forma de aproveitar o lugar para desenvolver um trabalho de 
conscientização sobre a importância do meio ambiente a partir da Família. Os idealizadores foram eu, minha esposa e meus filhos e também uma boa parte da Família (pais, irmãos, cunhados etc.).


Quem se beneficia com a proposta?
A Família, os amigos e as instituições que tem interesse em trabalhar a educação ambiental.



A consciência ambiental parte de que princípio?
A Toka da Nascente pretende ser reconhecida como um Sítio Familiar de Uso Sustentável destinado ao encontro de familiares, amigos e convidados dos proprietários, servindo como espaço rural para busca de amenidades, lazer, entretenimento, valorização cultural e também como locus de experimentação para uma prática pedagógica de conscientização ambiental. A partir desses princípios e por meio de uma postura pró-ativa, a Toka tem como compromisso orientador o seguinte lema: “o homem ético e ecológico nasce em casa”.

Conservação ambiental e ação social caminham realmente juntos?
Com certeza. O desenvolvimento de forma sustentável abrange várias dimensões e a social é uma delas. Temos ainda a dimensão ecológica, a institucional, a ética, a espacial, a econômica, a cultural etc. Não há como separar meio ambiente e problema social. Ninguém vai deixar de derrubar uma árvore para deixar de comer, por exemplo. Portanto, no caso ilustrado, não se pode desvincular fome, miséria das questões sociais, por isso que ambas têm que caminhar juntas.


O Brasil é o País que mais avançou no esforço pela conservação ambiental e tem se dedicado a promover a preservação da biodiversidade do planeta. Quais os pontos positivos e negativos nas ações governamentais ao apoiar projetos que promovem esta conscientização?
Realmente diz-se que o Brasil tem a melhor legislação ambiental do mundo. Muitas ações e políticas públicas ambientais foram e estão sendo lançadas pelo Governo. Isso é muito positivo, mas não resolve o problema da degradação ambiental. As pessoas têm que fazer uma reflexão profunda a respeito dos problemas emergenciais. Ninguém pode reclamar de uma cheia, ou alagamento após uma chuva se joga lixo no bueiro. As ações governamentais sempre são positivas somente quando alguém não queira tirar proveito político delas. 


Como o sr. vê o futuro da Amazônia?
Sou forçado a admitir que não vejo com muito otimismo, mas também acredito fielmente que as coisas vão ter que mudar, nem que seja com ações penosas. O mercado, a economia, a Família, tudo vai se adequando com as dificuldades. Se a gente conseguir investir nas crianças a nossa Amazônia amanhã será bem mais respeitada do que o respeito que teve das gerações passadas. 


A Toka da Nascente tem algum projeto social com a população local?
O foco principal é a nossa Família, mas não adianta ficar só na Família. O ambiente e a natureza é onde a gente vive, onde a gente acontece e faz acontecer. Não posso esquecer a comunidade vizinha, a mercearia onde compro pão; o cara que encontro no futebol, o vereador local etc. Embora não seja o foco, temos feito alguns trabalhos com a comunidade local (reaproveitamento e reciclagem de material, cursos, futebol etc.). 


  De que forma as escolas e universidades poderiam trabalhar a conscientização ambiental?
Na minha opinião e de maneira geral, depois da Família, as instituições de ensino representam uma das instituições mais importantes nesse processo. Os professores são formadores de opinião e deveriam trabalhar a questão ambiental de maneira transversal e multidisciplinar, ensinando, por exemplo, como preservar a natureza com jogos matemáticos, ou ensinando que a degradação ambiental por causar abalos psicossomáticos e psicológicos na população etc. Na Toka estamos desenvolvendo alguns trabalhos do tipo.



“A Toka da Nascente” tem como compromisso orientador o seguinte lema: ”o homem ético e ecológico nasce em casa”.

Mais informações sobre a Toka visite o site: www.tokadanascente.com.br

Entrevista feita por: Emília Jacob (Aluna do Curso Técnico em Rádio e Tv - Missão Friuli Amazônia)
Fotos: Facebook/ Google imagens/ site Toka da Nascente

5 comentários:

  1. Muito bom o texto e a entrevista. Parabéns!!

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  2. muito bom o tema abordado, se cada um fizer sua parte, nosso planeta agradecerá e as futuras gerações também.

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  3. Obrigada! Essa entrevista foi muito especial, pensando num mundo melhor, não visando um futuro distante e sim para os nossos dias. Devemos agir corretamente com a natureza, pois ela responde às agressões recebidas, e nós somos os causadores.

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  4. Olha só.. Que entrevista bacana!!! O seu Lucivaldo é muito amigo do Ministério Unidos pela Fé. Sucesso, Emília Jacob!

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